Acordar pela manhã e tomar uma xícara de café expresso é a rotina de muitas pessoas. A cafeína estimula o corpo e promove o bem-estar, pontos essenciais para começar o dia com o pé direito.

E os seus benefícios vão muito além de apenas acordar o organismo. Ela também ajuda no emagrecimento, reduz inflamações, aumenta a produção de serotonina e muito mais.

Com tantos pontos positivos, fica até difícil de imaginar se realmente tem algo negativo nessa substância.

Neste artigo, você conhecerá a cafeína de forma mais aprofundada e entenderá todas as nuances desta substância tão adorada pelos brasileiros. Confira!

Vamos começar pela definição: o que é a cafeína?

A cafeína está enquadrada em um grupo chamado xantinas, uma substância química oleosa que se encontra, de forma natural, em vários alimentos e bebidas energéticas, como o café, a erva-mate (também usada no famoso chimarrão), o chá verde, o guaraná e o cacau.

A natureza também a usa como uma espécie de defesa contra pragas e predadores em algumas plantas, por possuir uma molécula amarga (mas indolor) chamada de alcaloide.

Para promover o estado de alerta em atletas, a cafeína é adicionada em suplementos pré-treino que agem direto no sistema nervoso central (SNC) e melhora o desempenho, o foco e o raciocínio. No total, se acredita que 80% da população do mundo consome a cafeína, seja como energético ou em analgésicos.

A substância já faz parte da rotina do ser humano em várias formas e com diversos efeitos. Entretanto, apesar de ser uma substância química que é encontrada em muitos produtos naturais, ainda é preciso cuidados com o seu consumo, sem exageros.

O efeito da cafeína no organismo

Sabe-se que a cafeína pode alterar a frequência cardíaca e a pressão arterial, agindo no sistema nervoso central ao substituir a adenosina (mais detalhes abaixo). Tudo isso ao entrar em contato com a corrente sanguínea.

Uma substância tão poderosa, e ao mesmo tempo tão simples, trabalha no organismo em diferentes formas. Confira algumas delas e os possíveis benefícios/malefícios da cafeína.

Cérebro

Por ter uma estrutura molecular bastante parecida com a adenosina, a cafeína é facilmente confundida com ela em nosso corpo. A adenosina é um neurotransmissor de extrema importância quando o assunto é indicar o momento do cansaço e, ao ser substituída pela cafeína, não passa a mensagem ao organismo, que segue em estado de alerta.

Tudo não passa de um “truque” causado pela troca. O organismo segue cansado, somente não sente por não receber o sinal do neurotransmissor.

A cafeína também interfere indiretamente na inibição da atividade dopaminérgica causada pela adenosina, gerando maior sensação de bem estar. Dessa forma, a pessoa se sente feliz e satisfeita com a vida. Também com o bloqueio da adenosina, a cafeína libera a adrenalina na corrente sanguínea, levando de vez o sono embora.

Benefícios x Malefícios

É inegável que, apesar de não se saber todos o efeitos da cafeína, já se sabe que ela possui efeitos bons e ruins para o corpo, quando consumida em excesso. Entre os mais diversos efeitos colaterais, se tem a aceleração dos batimentos cardíacos, por exemplo, um dos efeitos da substância mais sentidos no organismo.

Podemos considerar benefícios da cafeína:

Como tudo tem seu lado positivo e negativo, com a cafeína não seria diferente, embora alguns pontos não são totalmente culpa da substância. A bebida é tida como provocadora de azia e queimação, principalmente quando consumida antes de qualquer refeição, entretanto, o efeito diz mais sobre a qualidade do grão do que sobre a cafeína em si.

Uma boa solução é optar por cafés gourmet ou especiais. Como pontos negativos relacionados ao uso demasiado da substância, temos:

Cafeína como pré-treino: suplemento natural

Mulher preparando o pré-treino. Fonte: Freepik

Com tantos benefícios na bagagem, a cafeína é um ótimo suplemento natural, com diversos produtos no meio fitness como chá verde, energéticos e cápsulas.

Contudo, é necessário muito cuidado na quantidade ingerida. Apesar de ser um suplemento natural, a cafeína acelera o batimento cardíaco e aumenta a pressão arterial, pontos preocupantes para quem pratica exercício físico e força o corpo durante as rotinas.

Lembre-se de se hidratar para o corpo metabolizar corretamente a substância e se alimente bem antes e depois das atividades, para não ter dores estomacais devido a cafeína.

Formas de consumo

Formas do café. Fonte: Freepik

Por ser tão consumido mundialmente, é natural que surjam inúmeras maneiras de adicionar a cafeína a rotina diária.

Uma das formas de consumo é por meio da substância isolada, denominada como cafeína anidra. É possível encontrar a cafeína anidra em forma de pó, cápsulas ou comprimidos. E, para quem preferir, a substância pode vir como um dos componentes de pré-treinos e termogênicos, excelentes auxiliadores nos exercícios físicos.

Outra forma é o consumo em forma de chá, como erva mate, chá preto e chá verde, ou como bebidas energéticas ou refrigerantes que são feitos à base de cola. E claro, não podemos deixar de mencionar o nosso queridinho: o café, nos seus diversos métodos de preparação.

Essas são algumas das formas de consumo da substância.

Por quanto tempo a substância permanece no corpo?

Pode parecer que a cafeína permanece por muito tempo no organismo, mas o seu metabolismo acontece de forma rápida de uma forma geral: em torno de cinco horas. Porém, o tempo muda de organismo para organismo, podendo chegar em até 10 horas para metabolizar por completo em sistemas mais lentos.

Em um período de meia vida, a cafeína pode alterar o tempo de metabolismo, aumentando o gasto de energia em até 80 kcal, caso a pessoa consuma em torno de 300 mg da substância diariamente. Lembrando que o processo termogênico da cafeína não cresce de acordo com a quantidade consumida, mas cai após a terceira hora de ingestão da bebida.

Quem não pode consumir o suplemento?

Apesar dos efeitos colaterais, em geral, não parecerem tão sérios, a cafeína não deve ser consumida por pessoas com hipertensão por causar um aumento da pressão arterial e do batimento cardíaco.

Alguns profissionais da saúde consideram também que atletas devem evitar a substância, pois a mesma pode prejudicar a performance de quem a consome devido a mudança da frequência cardíaca. Atividades que necessitam de um controle da respiração ou apneia e da coordenação motora, como nado sincronizado e pesca submarina, são prejudicadas pelos efeitos do excesso de café.

Segundo estudos, pessoas com epilepsia podem sofrer novas convulsões caso exagerem na bebida, mesmo que algumas medicações tenham a substância na composição. Uma das explicações é o fato da substância aparecer de forma equilibrada nas fórmulas.

Uma curiosidade é que o cafezinho pós refeições pode prejudicar a absorção de ferro pelo organismo, o que compromete a quantidade de ferro no sangue e pode acarretar uma piora na saúde de quem tem anemia pela falta do ferro.

Quem sofre de insônia, depressão e ansiedade também deve evitar a cafeína pela falta de sono e aumento dos sintomas dos transtornos.

A cafeína é viciante! Cuidados e recomendações ao consumir

Pessoa querendo uma xícara de café. Fonte: Freepik

Com tudo o que foi visto até aqui, fica claro o quanto a cafeína é consumida, muitas vezes de forma indiscriminada, pelas pessoas em todo o mundo, todos os dias. Todavia, é de fundamental importância ter atenção redobrada na quantidade de xícaras de café ingeridas.

Apesar de não estar listada entre drogas que viciam, o seu consumo rotineiro e em grandes quantidades pode causar uma dependência química moderada, gerando as famosas dores de cabeça, mau humor e até falta de energia. O vício na cafeína pode causar, a longo prazo, diabetes e obesidade devido ao consumo do açúcar que muitas vezes acompanha a bebida.

Sintomas de possíveis “overdoses” de cafeína podem se manifestar com náuseas, insônia, ansiedade e altos batimentos cardíacos. Para evitar problemas cardíacos prévios ou processos de abstinência, consuma dentro da quantidade permitida.